quinta-feira, 20 de março de 2014
A cruz é um dos maiores sinais de injustiça que eu já vi.
E não a injustiça que fizeram com Cristo (o fato dele ser morto inocentemente)
Por que milhares de pessoas são presas ou mortas no Brasil sendo inocentes. INFELIZMENTE, isso já é normal.
Mas o que aconteceu na cruz é uma injustiça muito mais profunda, algo que até hoje me deixa indignado.
Pois Deus, em Cristo Jesus, reconciliou e perdoou os pecados de toda a humanidade!
"Como assim, Deus? Será que o Senhor não está se precipitando?" Penso eu.
Pois, em um ato de sacrifício, negros e brancos, homem, mulher, criança, velho, verdadeiro, mentiroso, pobre e rico, honesto e ladrão, pedófilos, assassinos, estrupradores, viciados... e gente "de bem" (assim como eu eu você, NÉ?) Foram colocados no mesmo patamar: o patamar dos AMADOS.
O mesmo perdão, o mesmo sacrifício, a mesma misericórdia...

E eu que tanto fiz por Cristo?
E eu que tantas noites passei na igreja ensaiando peças de teatro...
E eu que entregava o dízimo fielmente?
E eu que evangelizava tooodas as pessoas que cruzavam meu caminho...
E eu que nunca botei a boca em cigarro?
E eu?
E eu?
E eu?
...
Mas, quando olho pra Cristo...
Quando o vejo tocar num leproso, vejo que sou tão diferente dele... não gosto de me envolver com gente de rua, com hippies, com punks, mendigos... atravesso!
Quando o vejo salvar a vida de uma mulher adúltera... vejo que eu seria um dos que estaria com pedras nas mãos...
Quando o vejo curar sem perguntar de onde veio, pra onde vai... vejo que só ajudo pessoas que estão próximas a mim e sou indiferente com quem não conheço... Pior, só ajudo quando tenho interesse!
Quando o vejo abrir mão das riquezas e viver uma vida "sem ter onde reclinar a cabeça", vejo o quão apegado à coisas materiais ainda sou...
Quando o vejo partir o pão com Judas, discípuloque ele sabia que o iria trair, vejo que o amor dele supera em infinidade o meu, que não estou disposto a me aproximar dos meus inimigos.
Quando o vejo na cruz, dizendo "Pai, perdoa-os", gente que tanto o fez sofrer, consigo sentir o sentimento de vingança que habita em mim...

E, aos poucos, percebo que minha essência é ruim. Que só faço o que faço por mim, que pouco faço por amor, que pouco perdôo...
E a misericórdia que recebo, pouco compartilho.

E, de repente, vejo que não sou merecedor de nada, assim como ninguém é. Pois o padrão não sou eu, não é você, não é nenhum de nós...

O padrão é ELE.


Senhor, estamos todos perdidos por nossos atos. Vejo que todos nós (igualmente) não somos o que deveríamos ser, e nunca seremos.
Hoje eu aceito essa tremenda injustiça, pois percebo que ela é a SUA JUSTIÇA, e se não fosse por ela nada poderíamos fazer. Pela minha justiça, todos estariam condenados. Inclusive eu.

O seu amor nos tornou um, e sem ele...

O que seríamos?


Fábio FG

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